quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Crítica do Filme: A Menina que Roubava Livros


   O filme foi muito esperado por pessoas que já haviam lido o livro e até mesmo por aquelas que ainda não leram. Havia muita expectativa a tal adaptação que deixou um ar de "querer mais" para algumas pessoas e uma boa satisfação para outras.


   Como “A Menina que Roubava Livros” é o primeiro filme estreado no ano de 2014, baseado em um livro (com o mesmo nome), esperávamos que o mesmo abrisse o ano com chave de ouro, mas isto não ocorreu, pois o filme traz falhas enormes e deixa muitos espectadores triste com a adaptação que tanto esperavam.
   Ele pode retratar, de certa forma, a realidade de quem viveu naquela época, e por a história se passar em uma cidade do interior da Alemanha nem tudo chega até lá com tanta intensidade como no centro, certo? Mas quando falamos de Hitler e tudo que se relaciona a ele sempre esperamos algo a mais, e foi o que aconteceu com nós. Nós esperávamos mais ação, mais bombardeios, mais ódios, enfim, mais "coisas de Hitler".
  Mas o filme foi apenas uma amostra de tudo o que o livro podia ser, para mim, o que eles fizeram com o filme se assemelha em pegar uma poesia e tirar as estrofes e rimas e apenas escrever em linhas retas as palavras do poema, assim tendo a mesma base, porem sem o poder e sentimento do real texto.


   Se eu disser que o filme não teve nenhuma emoção estarei mentindo, pois houve sim algumas partes de desespero e insensibilidade, como a repressão da autoridade, nesse caso os guardas, para com as pessoas, sejam elas crianças, adultos, homens ou mulheres.
   Houve também a representação da busca pelos judeus, o repúdio ao judaísmo e ao comunismo, o recrutamento para a guerra. Mas isso tudo passou pelos nossos olhos como apenas acontecimentos. O que pode chocar mais as pessoas é o momento dos bombardeios, onde vidas são perdidas e esquecidas.
   Em relação ao livro, o filme foi bem produzido em retratar os fatos mais marcantes, mas tem muitas coisas importantes que foram esquecidas. Como a falta de relato sobre os 2 livros que o Max deu para Liesel (Um sobre a história da amizade dos dois representada por desenhos e o outro sobre a história de vida dele) e quem realmente deu o livro em branco (diário)  para a menina (a mulher do presidente).


  Ao começar o filme tivemos a impressão de que a morte não é ela mesma, pois ela não é retratada como pensamos, de um jeito poético e poderoso, e sim de uma forma que a deixa sem graça e boba, além de praticamente aparecer sendo apenas um figurante.
   Isso faz as pessoas que não leram o livro interpretá-la como apenas uma narradora e não como o que ela realmente deveria ser: a morte. Tais pessoas poderão entender que a narradora, a princípio, é na verdade a morte apenas no final do filme, quando fica totalmente explicito que Ela levou a Liesel e mais pessoas. (Levou para onde?, Alguém pode se perguntar. E logo em seguida a resposta virá).
   Também devemos lembrar que para aqueles que não leram o livro o filme deixa margem para as pessoas entenderem que Liesel roubava livros para ler para Max e isso no livro não ocorre, pois não sabemos o porquê realmente ela faz isso.

  Algo que também não foi mostrado, foi a sequência de marchas que teve, algo aproximado a 4, e em uma delas ela vê ele, e por acidente ela cai. Nisso um dos judeus, ali presentes, ajuda ela a se levantar, e em resposta ele é maltratado por um policial.

   E para finalizar, foi muito adorável ver a construção de uma boa relação dela com seus pais adotivos, com o Max e com seu amigo Rudy. Desde o começo ela teve mais facilidade em conversar com o "papa" e um pouco de dificuldade em ter alguma relação mais estável com a "mama", mas no decorrer do filme uma acabou conquistando a outra e a "mama" mostrou que sua implicância, força e seriedade era apenas imagem para conseguir sobreviver a tal realidade.

Sim, o filme foi bom, mas não O Melhor!

Avaliação:

Escrito por: Victória Moreira, Vitor Gustavo e Ana Catarina.

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