O filme foi muito esperado por pessoas que já haviam lido o livro e até
mesmo por aquelas que ainda não leram. Havia muita expectativa a tal adaptação
que deixou um ar de "querer mais" para algumas pessoas e uma boa
satisfação para outras.
Como “A Menina que Roubava Livros” é o primeiro filme estreado no ano
de 2014, baseado em um livro (com o mesmo nome), esperávamos que o mesmo abrisse
o ano com chave de ouro, mas isto não ocorreu, pois o filme traz falhas enormes
e deixa muitos espectadores triste com a adaptação que tanto esperavam.
Ele pode retratar, de certa forma, a realidade de quem viveu naquela
época, e por a história se passar em uma cidade do interior da Alemanha nem
tudo chega até lá com tanta intensidade como no centro, certo? Mas quando
falamos de Hitler e tudo que se relaciona a ele sempre esperamos algo a mais, e
foi o que aconteceu com nós. Nós esperávamos mais ação, mais bombardeios, mais
ódios, enfim, mais "coisas de Hitler".
Mas o filme foi apenas uma amostra de tudo o que o livro podia ser,
para mim, o que eles fizeram com o filme se assemelha em pegar uma poesia e
tirar as estrofes e rimas e apenas escrever em linhas retas as palavras do
poema, assim tendo a mesma base, porem sem o poder e sentimento do real texto.
Se eu disser que o filme não teve nenhuma emoção estarei mentindo, pois
houve sim algumas partes de desespero e insensibilidade, como a repressão da
autoridade, nesse caso os guardas, para com as pessoas, sejam elas crianças,
adultos, homens ou mulheres.
Houve também a representação da busca pelos judeus, o repúdio ao
judaísmo e ao comunismo, o recrutamento para a guerra. Mas isso tudo passou
pelos nossos olhos como apenas acontecimentos. O que pode chocar mais as
pessoas é o momento dos bombardeios, onde vidas são perdidas e esquecidas.
Em relação ao livro, o filme foi bem produzido em retratar os fatos
mais marcantes, mas tem muitas coisas importantes que foram esquecidas. Como a
falta de relato sobre os 2 livros que o Max deu para Liesel (Um sobre a
história da amizade dos dois representada por desenhos e o outro sobre a história
de vida dele) e quem realmente deu o livro em branco (diário) para a menina (a mulher do presidente).
Ao começar o filme tivemos a impressão de que a morte não é ela mesma,
pois ela não é retratada como pensamos, de um jeito poético e poderoso, e sim
de uma forma que a deixa sem graça e boba, além de praticamente aparecer sendo
apenas um figurante.
Isso faz as pessoas que não leram o livro interpretá-la como apenas uma
narradora e não como o que ela realmente deveria ser: a morte. Tais pessoas
poderão entender que a narradora, a princípio, é na verdade a morte apenas no
final do filme, quando fica totalmente explicito que Ela levou a Liesel e mais
pessoas. (Levou para onde?, Alguém pode se perguntar. E logo em seguida a
resposta virá).
Também devemos lembrar que para aqueles que não leram o livro o filme
deixa margem para as pessoas entenderem que Liesel roubava livros para ler para
Max e isso no livro não ocorre, pois não sabemos o porquê realmente ela faz
isso.
Algo que também não foi mostrado, foi a sequência de marchas que teve,
algo aproximado a 4, e em uma delas ela vê ele, e por acidente ela cai. Nisso
um dos judeus, ali presentes, ajuda ela a se levantar, e em resposta ele é
maltratado por um policial.
E para finalizar, foi muito adorável ver a construção de uma boa relação dela com seus pais adotivos, com o Max e com seu amigo Rudy. Desde o começo ela teve mais facilidade em conversar com o "papa" e um pouco de dificuldade em ter alguma relação mais estável com a "mama", mas no decorrer do filme uma acabou conquistando a outra e a "mama" mostrou que sua implicância, força e seriedade era apenas imagem para conseguir sobreviver a tal realidade.
Sim, o filme foi bom, mas não O Melhor!
Avaliação:
Escrito por: Victória Moreira, Vitor Gustavo e Ana Catarina.
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